18.11.24

Projetado para a Costa mas terminado pela Norwegian - o maior paquete a atracar no Cais Norte do Funchal

Imagem sócio Peter Gonçalves


Estreia hoje no porto do Funchal o navio de cruzeiros Norwegian Sky, lançado em 1999 com a mesma designação no entanto, originalmente, não eram estes os planos para este belíssimo navio de cruzeiros, com uma história de carreira interessante que aqui apresentamos ao melhor das nossas habilidades.

Imagem sócio Mário Camacho

Imagem sócio Mário Camacho


Postal Costa Cruzeiros - Costa Victoria

A história do Norwegian Sky começa no momento do seu projeto, com este a ser projetado pela Costa Cruzeiros no início da década de 1990 como Costa Olympia, o navio seria um irmão-gémeo ao Costa Victoria, desmantelado em 2020, segundo de sua classe. Construído nos estaleiros alemães da Bremer Vulkan, a construção viria a parar quando o estaleiro encontrou dificuldades financeiras, apesar de ter conseguido lançar então o Costa Victoria. Em apertada situação financeira, os custos de construção foram crescendo até que a Costa abandonou o projeto, por considerar economicamente inviável e não estar disposta a aceitar o escalar de preços da construção do Costa Olympia.

Imagem sócia Iria Aguiar

Imagem sócio Ruben Câmara

Imagem sócio Mário Camacho

Imagem sócia Sofia Pereira


Assim sendo, o casco inacabado do Costa Olympia foi lançado à água e permaneceu em lay-up até à aquisição pela Norwegian Cruise Line, que o renomeou de Norwegian Sky e rebocou até os estaleiros da Lloyd Werft, em Bremerhaven, onde o navio foi acabado. O projeto veio a ser bastante alterado - como é possível perceber ao comparar-se a imagem de postal do Costa Victoria, supracitada, com as imagens do navio no porto do Funchal -. A cargo da mesma firma de design que o havia projetado para a Costa, o Norwegian Sky veio então a ser batizado com a sua nova designação, corria Junho de 1999, cinco anos e meio depois da sua encomenda, colocando ponto final a um período de seis anos em que a Norwegian não havia lançado qualquer novo navio no mercado. Originalmente de casco branco e chaminé em tons de azul escuro, o Norwegian Sky veio a ser dedicado ao Hawaii, renomeado Pride of Aloha pela NCL America entre 2004 e 2008, altura em que ganhou a sua pintura ao estilo "arranjo floral" havaiano que mantém até hoje, apesar de em 2008 ter revertido o nome e regressado à companhia mãe.

Imagem sócio Peter Gonçalves

Imagem sócio Peter Gonçalves

Imagem sócia Sofia Pereira

Imagem sócio Antero Branco - Norwegian Sun, o segundo navio da classe

A alteração de projeto levou a Norwegian a ter interesse num segundo navio da classe, encomendando então à Lloyd Werft o Norwegian Sun - que se estreou no Funchal em 2012 e ainda recentemente operou uma temporada regular nas ilhas atlânticas -, segundo navio da sua classe que viria a entrar ao serviço em 2001, já com algumas alterações comparativamente ao Norwegian Sky, com 1,200 toneladas de arqueação bruta a mais, derivados de alterações estruturais a nível de adição de mais cabines com varanda e alteração no deck superior à ponte de comando, igualmente percetível na comparação direta de imagens. A classe chegou a ter opção por um terceiro navio, a ser lançado em 2002/3, no entanto, esta encomenda foi cancelada e ficou estabelecida esta então nova dupla de navios: Norwegian Sky e Norwegian Sun.

Imagem sócio Ruben Câmara

Imagem sócio Ruben Câmara

Imagem sócio Mário Camacho

Imagem sócio Mário Camacho

Hoje, 18 de novembro de 2024, o Norwegian Sky estreia no Funchal, precisamente aos 25 anos de carreira tornando-se no maior navio de cruzeiros a alguma vez atracar ao Cais Norte. Com 260 metros de comprimento para 260 metros de cais - segundo dados oficiais -, 77,104 toneladas de arqueação bruta, 37,5 metros de boca e 7,9 metros de calado, o Norwegian Sky supera todos os navios de cruzeiro que já ali atracaram em todas as métricas quantas possamos olhar - comparativamente, por exemplo, à classe Sphinx-plus da AIDA (AIDAblu, sol, stella e mar), o clássico da Norwegian mede 7 metros de comprimento, 5,5 metros de boca e 0,6 metros de calado a mais, além de exceder a tonelagem dos alemães em pouco menos de 8 mil toneladas de arqueação bruta. Estas margens aumentam quando comparadas com outros paquetes que ali fizeram escala no passado - outros nomes, dentro dos maiores, incluiriam por exemplo o MSC Lirica e demais navios da classe Lirica (pré-aumento), Artania ou o par da SAGA, Spirit of Adventure e Spirit of Discovery, todos eles, significativamente menores que o Norwegian Sky.

Imagem sócio Peter Gonçalves

Imagem sócio Ruben Câmara

Imagem sócio Mário Camacho

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