27.9.24

Conferência internacional da CAI destaca sentido de crescimento sustentável

Imagem sócio Mário Camacho

Decorreu esta manhã na Câmara Municipal do Funchal o ponto alto da CAI Conference, conferência internacional da Cruise Atlantic Islands que incluiu dois painéis, o primeiro, com alguns dos fundadores, agentes e autoridades dos portos da CAI aquando da sua formação em 1994, o segundo com a presença de vários representantes de alguns dos maiores operadores na Região.

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Ao abrir, foi assinado um protocolo de plantação de árvores no Parque Ecológico entre a Câmara Municipal do Funchal, através da sua Presidente, Cristina Pedra, a Administração Portuária da Região Autónoma da Madeira representada pela sua Presidente, Paula Cabaço, e a CLIA Europa, representada pelo seu Vice-presidente, Nikos Mertzanidis, que se comprometem assim a iniciativas em prol do ambiente, tanto ao início como ao fim da dita temporada alta de cruzeiros. 

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Em seguida, deu-se início ao primeiro painel, no qual se destaca o crescimento dos portos ao longo destes 30 anos desde a fundação da CAI em 1994 e olha em frente para o que se espera do futuro mais próximo. Praticamente todos os portos das regiões envolvidas cresceram, e, no caso do Arquipélago de Canárias, apareceram também várias novas opções de escala, com investimentos em infraestruturas portuárias em várias das ilhas, que não existiam nos anos 90. Verifica-se um exponencial crescimento dos turn-arounds em Tenerife e Las Palmas, de igual modo um enorme crescimento em passageiros em trânsito de modo geral, na ordem dos 450%, inclusive similar dado para o porto do Funchal. Cabo Verde, que se uniu à CAI na metade da década de 2000, apresentou também crescimento de passageiros, que passou de 20 mil (2004) a 100 mil (2019). Juan Francisco Martin, anterior diretor comercial dos Portos de Canárias, recordou a fundação da CAI, e as dificuldades atravessadas pelos agentes e administrações portuárias inicialmente, altura em que o Funchal, Tenerife e Las Palmas concentravam a esmagadora maioria do movimento.

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Para o futuro mais próximo, acredita-se que a aposta vá passar pela sustentabilidade também a nível ambiental, com já vários estudos a decorrer sobre a implementação de tecnologia que reduza as emissões dos navios em porto a praticamente zero. Foi igualmente discutido o aumento da Pontinha, questão inicialmente colocada a João Reis, anterior presidente da APRAM, referida a necessidade de estudos aprofundados em relação ao custo - benefício da obra e impacto socio-económico na cidade do Funchal. Em Canárias, pela voz de Eduardo Alvarez Hamilton, anterior CEO da Hamilton & Co., um dos maiores agentes portuários nas Canárias, já existem infraestruturas suficientes para manter esta tendência de crescimento sustentável. Quanto à Madeira, Michael Blandy, anterior CEO do grupo Blandy defendeu, na sua participação, a criação de mais condições para certos aspectos da operação portuária, tal como o segmento de mega-iates, que cada vez mais procuram a Região Autónoma da Madeira nas suas viagens transatlânticas de e para as Caraíbas. Em Cabo Verde, por sua vez, Franklim Spencer, Parceiro de Gestão da RS Consult destacou a forma como o governo local tem vindo a progressivamente olhar o mercado de cruzeiros com bons olhos, referindo, por exemplo, novo investimento portuário em Porto Novo, com novo terminal na ordem dos 140 metros para atracação de navios.

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Nikos Mertzanidis destacou que a indústria dos cruzeiros está em constante inovação tecnológica desde logo nomeando o navio de cruzeiros Mein Schiff 7, que se estreia no Funchal no próximo dia 30 de outubro e será regular nos portos da CAI, navio que se encontra preparado para operação a Metanol, destacando também um número de navios com a mesma capacidade ou com capacidade de operação em outros combustíveis alternativos, mais amigos do ambiente.

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